quarta-feira, abril 27, 2011

Básica. Simples.
















É assim a vida…Básica e Simples.

Complicamo-la tantas vezes que acabamos num ponto em que não sabemos o que começar nem o que acabar…os problemas por vezes quando chegam não são fáceis de resolver e depois nunca vêm com manual de instruções…mas vêm todos ao mesmo tempo! Ah isso é de certeza.lol.

Depois de mais uma viagem de ida e volta no maravilhoso percurso Lisboa - Algarve, dou por mim em manga curta e cachecol, parado à beira de uma estrada rodeada de verde, com o carro a trabalhar e Jack Johnson a ouvir-se no rádio. Numa das mãos tenho o que restava de um Compal de pêssego que se espalhou pelo chão do carro enquanto na outra, um pacote de mini-palmieres do Lidl que me sabiam a algo divinal. Saio do carro para ir mudar as aguas às azeitonas e sinto uma brisa suave no rosto e uns pingos de chuva…faz também sol mas por cima de mim paira uma daquelas nuvens mesmo negras…como se de propósito ela lá estivesse.

Nenhum carro passa à minha volta, apenas um risco de alcatrão e uma imensidão de verde de um lado e do outro…aquele verde-claro e natural das pequenas ervas que começam a rebentar em todos os campos. È Primavera finalmente.

Levamos tanto tempo enfiados no trabalho e a resolver problemas e mais problemas que nos esquecemos de lidar um pouco com a mãe natureza. E quando voltamos a lidar com ela, caímos na real e apercebemo-nos de que é ela quem manda. È ela, quem nos diz o que fazer e nos faz sentir o que de melhor esta vida tem para nos dar.

A mim ensinaram-me a respeitar a mãe natureza. E eu sei que fui um bom aluno nessa disciplina... Agora que estou aqui parado á beira desta estrada, olho em meu redor e penso o quanto é bom poder ter isto tudo apenas a uns quilómetros de distância e o quanto bom foi aprender a gostar dela. Sim, porque é preciso aprender a gostar da natureza. Não se nasce assim sem mais nem menos a gostar…

Talvez um dia ensine a alguém o que me ensinaram a mim. E terei todo o prazer em dizer e mostrar a essa pessoa que vivo num país lindo com colinas verdes sem fim e rodeado de água salgada e muita natureza, cujas histórias e mitos transcendem a realidade e onde se podem também provar coisas únicas e verdadeiramente saborosas...

Hoje, apesar de pairar esta nuvem cinzenta por cima de mim, à beira desta estrada onde não passa ninguém, onde chove. Sinto-me feliz por finalmente voltar a estar com a mãe natureza. E para isso não preciso sequer de abrir a boca. Às vezes é preciso. E já sentia falta dela...

quarta-feira, abril 06, 2011

Regras da Sensatez.




















Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz

Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão

Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez

Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade

Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez


Rui Veloso - Regras da Sensatez