quinta-feira, novembro 24, 2011

Adeus Margem Sul, até qualquer dia...

















Chegou a hora de arrumar a trouxa e seguir para o Sul. O clima é de despedida.


Daqui, vou levar algo de bom comigo. Estas gentes, estes lugares, estas viagens e mil e uma paisagens. Não és um deserto como dizem...muito pelo contrário, és rica em pessoas, saberes e sabores e uma cultura muito própria que cresce a cada dia que passa.

No lado Sul do Tejo, as coisas são mais calmas. Esta margem tem muitas histórias para contar...basta apenas ouvi-las com alguma atenção, pois é uma terra de mistura e mestiços, de gente rude, gente boa, e de gente assim-assim...porque a vida assim as tornou.

Aqui, todos os gatos são pardos...e por vezes é preciso abrir bem os olhos. Mas também há autenticas relíquias humanas que já não se fazem em nenhuma outra parte...Aqui, também há algo de muito bom para se ver e viver.

Se a vida alguma vez me trocar as voltas, as minhas não iram muito mais longe do que entre as margens deste rio. Por isso sei, que vou querer voltar cá de vez em quando e reviver algumas pessoas e lugares.

A todos aqueles que me ajudaram e a quem eu tive o prazer de ajudar, tenho que agradecer e deixar um eterno obrigado por tudo o que me proporcionaram e me ensinaram. E sei que, em momentos bons e maus, com a mesma alegria e força, fiz os possíveis e as vezes os impossíveis, para que esta margem se tornasse num lugar melhor.

Porque a vida é assim, uma partilha de experiências que nunca acaba, eu sei que muitos outros homens e mulheres vão continuar o que eu deixei. E estarão bem entregues.





Há lugares que ficam gravados na nossa memória e que iram sempre deixar saudades.



Adeus Margem Sul, até qualquer dia...

quarta-feira, novembro 23, 2011

Porque sim.















Oito da noite, 7 graus lá fora e chuviscava. A chamada era de um homem que estava caído inanimado no solo à beira da estrada, logo a seguir à perigosa curva-e-contra-curva da BP, na direcção de Palhais.

Paro, ligo os intermitentes e os pirilampos azuis que reflectem tudo o que me rodeia. Está escuro...muito escuro, e só se vê preto e azul intermitente. À beira da estrada apenas consegui ver um vulto deitado junto de um muro, como se um depósito de algo ali estivesse... e estava mesmo. Era o Sr. Paulo.

Olho em volta e nada mais vejo sem ser carros e mais carros a passarem e a olharem... os Mirones, como sempre... - Boa noite Sr. Paulo, está-se a sentir bem? - Então o que lhe aconteceu? ... e as garrafas de vinho denunciaram tudo o que se tinha passado antes... - "Mais uma camada" oiço em voz baixa o Alves dizer...Mais uma vez o Sr. Paulo excedeu-se nos copos e perdeu o rumo para casa...nem se consegue levantar...

Num piscar de olhos, entre a berma cheia de lama e o alcatrão molhado que fazia escorregar qualquer bota ou pneu, pego no radio para chamar uma ambulância e quando vou começar a falar, os meus ouvidos parecem apanhar uma outra frequência...

Aquele pequeno gemido tão doce e característico que os meus ouvidos captaram como se fosse a única vibração que se conseguia ouvir, e nada mais...

"Miáu!" .....

Durante milésimos de segundo tive mil e um Flash´s a passarem à frente dos olhos. E a partir daí eles nada mais conseguiram ver. Faço um saque rápido da pequena lanterna, olho em volta com ela acesa e bem apontada como se fosse um farol e passo o rádio rapidamente ao Alves. - Toma, pega nisto!não ouviste?! - Ouvi o quê? - Pareceu-me ouvir miar!...

E no meio daquele verde molhado e inclinado que cobria todo o outro lado da estrada, aponto a luz e vejo dois pontinhos amarelos a brilharem. - Tá ali!! - "Miáu" - É um gatinho pequeno!... E num segundo em que desvio o olhar para o Sr. Paulo, olho de novo e já não o vejo!...

Volto a apontar a lanterna e vejo aqueles dois pontinhos amarelos a descerem muito rapidamente todo aquele verde molhado na direcção do alcatrão negro que se tornava ainda mais sinistro com todo o azul intermitente! - Fod%ss! - e vejo apenas o Sr. Paulo a tentar levantar-se junto do Alves e um par de luzes grandes amarelas a virem na minha direcção ofuscando toda a estrada e a ficarem cada vez mais perto de mim.

- PPSSHHHHHHIIIIUUU!!!! ...e bato com a bota no chão molhado para o assustar e penso para mim: - "NÃO VENHAS PRAQUI!!" - E de nada serviu...vejo-o a descer a encosta por aí abaixo e oiço um aflito "Miiiu" por entre um tresmalhar de ervas.

É agora. As luzes depressa se aproximam e eu aqui sem nada fazer... Ele não vai parar e as luzes também não. - Cuidado! - Diz o Alves. - Fod%ss! - digo eu...E sem pensar, saltei.

Arranquei com a maior rapidez que as botas me permitiram e nada mais vi senão aquele pequeno vulto a chegar perto do alcatrão e a sair da protecção do verde. "Miáu!" - Tenho que o apanhar! - pensava eu, e de repente oiço um "PPIIIIIIIIIHHHHH!!!" misturado com um raspar de pneus e um conjunto de luzes ofuscantes que eu já não sabia distinguir em que direcção seguiam.. e fiquei cego.



- APANHEI-O!!!!! - gritei para o Alves.

Sinto o pêlo preto macio bem junto à palma da minha mão e agarro-o junto ao peito enquanto me tento equilibrar entre uma tampa de esgoto e ambos os lados da valeta onde corria agua sem parar. - Já cá estás porra! - digo em voz alta com um sorriso enorme enquanto lhe faço uma festinha e oiço um pequeno "Miau!" como se por momentos aquele fosse um simples: Obrigado....



















E quando olho em volta, vejo que uma grande carrinha estava parada com as portas abertas e luzes acesas enquanto o vulto de um gordo saía dali para fora com ar de quem tem algo a dizer!. E tinha mesmo...

- Você mete-se assim sem mais nem menos à estrada?? - E passo por ele com a bola de pêlo nas mãos sem ligar minimamente ao que ele balbuciava... Fui deixá-lo na parte de trás do carro junto com o Sr. Paulo que já estava sentado com o seu gorro sujo na cabeça. - Tome lá Sr. Paulo!, agarrei-o bem e não o deixe cair!...

E respondo para o gordo - Com certeza Sr. condutor, peço desculpa mas teve de ser... agora agradeço que retire a viatura e siga o seu destino se faz favor. - Ele não olhou para mais lado nenhum,olhou apenas para mim com cara feia, deu meia volta com a sua barriga gorda, subiu para dentro da carrinha, fechou a porta rapidamente e arrancou dali enquanto os outros atrás já começavam a buzinar...

Quando dei por mim, estava no meio da estrada, com pelos de gato nas mãos e com quinze carros de ambos os lados enquanto o Alves me gritava: - Bora! Vamos mas é embora!...

E assim o Sr. Paulo acabou em casa com as suas garrafas de vinho e na companhia de um amigo novo. Era preto com os olhos muito claros e pêlo muito macio. Não o podia deixar assim sem mais nem menos...e aquela hora não o podia entregar em mais lado nenhum. O Sr. Paulo vivia sozinho, por isso decidi dar-lhe um novo amigo e após uns ron-rons e uma breve conversa deixei-o ali.

Não sei quem eras nem sei se ficarás muito tempo por este mundo agreste...mas sinto que fiz o que tinha que fazer e mais não podia... Sobra-me apenas olhar para o lado de fora do carro com um pequeno sorriso enquanto digo - Resolvido no local! - em voz séria para o rádio.

Ainda tentei saber se o pequeno era dali de perto mas apenas encontrei uma casa vedada com dois Pitbulls nojentos no interior...

Pelo menos por hoje, ficaste a salvo. E assim espero que te aconteça sempre.

Há histórias pelo qual passamos que por vezes parecem dignas de um filme. E esta, foi uma dessas...mas aconteceu-me e eu fiz o que estava ao meu alcançe...

E felizmente, acabou bem....

quinta-feira, novembro 03, 2011

Mudar, de rumo.















Houve um tempo, em que acreditei que o meu mundo nunca mudaria. Que tudo á minha volta continuaria a ser sempre o mesmo. As mesmas pessoas, os mesmos carros, as mesmas casas, as mesmas caras e vozes, os mesmos lugares… E estava enganado.

O mundo pode mudar, basta nós querermos. No entanto a mudança é algo que deixa sempre marcas. Deixa-nos restos na alma que não queremos levar conosco…deixa-nos um sem-sabor no paladar. Porque nem o velho mundo acaba, nem o novo mundo recomeça…ambos vão-se afastando apenas… um do outro.















Ninguém consegue simplesmente mudar de vida de um dia para o outro e estar tudo bem e tudo lhe saber bem. Ninguem é imune ás adversidades que isso trás.

Todos nós temos uma certa aversão às instabilidades. Todos nós queremos paz e sossego e um cantinho para ficar até não nos apetecer mais…Todos nós temos momentos em que nos questionamos se fizemos bem ou se fizemos mal. E eu, não sou excepção.








Nunca fui muito de grandes mudanças, mas com o tempo aprendi que mudar-me, sabe bem. Mudar, faz bem à alma e ao espírito. E renova o nosso ser. Mudar, tornou-se uma constante para muitas coisas na vida.

E para mim chegou a hora de finalmente mudar. Passados quase 5 anos.





Daqui, levo o que queria levar quando cá cheguei: uma bagagem de gente boa, um cantinho acolhedor onde posso sempre voltar, uma imensidão de saber, e um mar de saudade.

Estes foram os tempos em que fiquei feliz por ter mudado o meu mundo. E consegui. E ele mudou. Mudou com os anos a passarem, mudou com tudo o que por ele passou, mudaram as pessoas, mudaram os carros, mudaram as casas, mudaram as vozes e os lugares, mudaram…





Quando olho para trás, sinto que não foi em vão e sei que vou deixar também parte de mim aqui, como um suspiro de saudade. Quem sabe se um dia cá voltarei...





Já não falta muito… E por agora não me quero despedir.

Não vou mudar o meu ser, vou mudar apenas o mundo em que vivo. Nem sei o que me espera… Mas para já, sei apenas que mudar, é o melhor que posso fazer por mim…





Vejo-te denovo com bons olhos, amigo Albatroz. Perto do meu cais, estavas a sacudir o pó das tuas asas... Como se te soltasses do peso de velhas penas que já não fazem sentido… para que possa nascer uma nova penugem… mais leve e com mais vida.

Sê bem-vindo de novo ao meu ponto de encontro. Em breve embarcamos os dois nesta nossa nova aventura. O Velho lobo-do-mar ainda não me acenou, disse-me para aguardar mais uns momentos… de modo a apanhar a melhor maré, as melhores águas, os melhores ventos.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Balada de uma Esquadra de Faro.



















A maldade dumas e a irresponsabilidade doutras pessoas levou-me à esquadra da PSP de Faro, um local onde nunca tive problemas em entrar - muito menos de sair - mas que não é propriamente o lugar mais turístico da cidade, mais para mais às 23:00. O edifício é sombrio e sinistro, do outro lado da rua fica o Jardim da Alameda e a Escola Tomás Cabreira, mais dois espaços que de noite não inspiram alegria nenhuma. Aqui aguardo diligentemente a chegada dum agente que está a deslindar um crime que me apanhou como interveniente involuntário, uma novela com todos os ingredientes necessários para prender os seguidores. Escusado será dizer que não vou entrar em pormenores revelando apenas que pela primeira vez na vida senti vontade de apagar, limpar, matar alguém. Adiante.

Estou sentado no hall de entrada quando surge uma senhora de cabelos crespos e roupas modestas, diz querer apresentar queixa, o marido ofende-a a torto e a direito, teve de sair de casa e ir para uma pensão em Faro, a oito quilómetros da sua casa porque temeu pela sua integridade física numa noite em que ele regressou mais bruto. Parece-me algo desorientada, perdida mas responde com serenidade às perguntas de algibeira que o agente de serviço lhe faz com um monocordismo capaz de fazer um peixe fechar os olhos. A senhora repete respostas, deita um olhar vazio para o chão, diz que não percebe, que vivem juntos há vinte anos e que há um ano ele começou a ficar diferente, a começar zangas, a acumular processos em tribunal.

Revoltam-me estas cenas quando o mais forte subjuga o mais fraco à sua vontade e revoltam-me também as pessoas más. É completamente estúpido ser-se mau, causar dor e tristeza aos outros e é estúpido porque é inútil, não enriquece o ser, não enobrece
nem confere mais saúde a quem o pratica. Intrigam-me aqueles que se deitam a pensar em maneiras de enganar o parceiro, de trair, de burlar, de obter proveito através do dolo alheio. As botas dos polícias que calcam o chão de mármore da esquadra à medida que trazem relatórios de patrulhas devem já ter pisado muito campo minado, ter perseguido muito bandido, já devem ter caminhado por veredas e azinhagas de escuridões perigosas, emboscadas e ciladas. Não percebo como há homens e mulheres que canalizam tanta energia física e psíquica no fazer mal aos outros quando é do senso comum que fazer bem é muito mais fácil e dá muito mais prazer.




Respeito estes homens que se dedicam à manutenção duma ideia que devia valer-se por si sem que outros tivessem necessidade de defender: Ser bom.

E que a tal senhora da esquadra encontre finalmente as coisas boas que procura.



Originalmente postado AQUI. pelo Misha.

domingo, outubro 16, 2011



















Quero so mais uma volta..
só mais um caminho,
por onde possa percorrer
e sair, sem me sentir sozinho..

Saio e volto a entrar,
neste desconforto da minha alma
que não me quer mostrar
o que mesmo longe, lhe acalma.

Acalmo aquilo que quero,
desço do fundo para a mais alta montanha.
saio e volto a voar,percorro.
quero voltar a sentir, quem me acompanha?

Assim se faz a vontade de querer.
De sentir, aquilo que ainda não sei distinguir,
e ainda assim a vontade irá permanecer.
Como um perfume que me deixa aos poucos,
até se extinguir.

terça-feira, setembro 20, 2011

Tens que largar a mão...





Tens que largar a mão
P'ra eu sair de pé
Sou o teu anjo e não me vês
Na parte calma do que és

Tens que largar a mão
E sair de pé
Sou o teu anjo a procurar
A parte quente do que vês

Mas há portas por fechar
Com o chumbo a prender
É mais forte do que quero acreditar
E se tudo vai com o vento a escorrer
Não sou eu quem vai lutar agora

Se eu não for quem vai ser
Se eu não for quem vai
Ter o teu melhor
Se eu não for quem vai seguir a tua mão
E levar-te com o sol
Eu sei

Vais aprender a olhar quando a dor vier
Vais aprender a desvendar a parte fraca do que és
P'ra descobrir depois quando a luz voltar
Tens um jardim a procurar
Que precisa de saber
Quanto tempo vai durar
Este muro a prender
É mais forte do que queres acreditar
E se tudo vai com o vento a escorrer
Não sou eu que vai lutar agora

Se eu não for quem vai ser
Se eu não for quem vai
Ter o teu melhor
Se eu não for quem vai seguir a tua mão
E levar-te com o sol
Eu sei

E levar-te com o sol
Eu sei

Se eu não for quem vai ser
Se eu não for quem vai
Ter o teu melhor
Se eu não for quem vai seguir a tua mão
E levar-te com o sol
Eu sei

segunda-feira, julho 25, 2011

Sister.
















Ninguem disse que ser irmão mais velho era complicado...e não é que é mesmo?..

È sentirmos que temos o dever de ajudar na educação dos mais pequenos, de olhar por eles quando os pais não estão...De os proteger.

Mas è também chatear quando é preciso.

Eu tenho uma irmã mais nova que eu. E vou aprendendo a ser "Irmão mais velho". Aquele chato e amigo que os mais novos geralmente detestam às vezes, mas amam sempre.

Ser irmão mais velho, é poder ter esse direito de dizer o que está bem e o que está mal. Mas não nos podemos esquecer que não somos Deus nem somos donos da maneira de ser dos que são do nosso sangue.

E isso diz tudo. O mesmo sangue. Os mesmos genes.

E por mais que dois irmãos sejam diferentes, teimosos, apenas mais novos ou estarem naquela idade em que nada é ainda compreensível, ter um/a irmão/ã a seu lado é algo que só quem tem sabe o que digo.













E é preciso ter paciência...muuuuita mas muita paciência, acreditem! e compreensão claro. Lol






Para aqueles que sabem o que digo, deixo aqui esta excelente musica que me deixa sem palavras.

terça-feira, julho 19, 2011

E assim é a minha gente. È assim, minha gente.













E o verão chegou. E que loucos que eles andam.

Por entre cervejas e esplanadas, o povo muda.
Festeja-se o bom tempo e toda esta transformação. Bebem, sorriem e choram.
E tudo se converte, tudo se mexe. Tudo se mistura.
Como uma gorda fatia de chocolate doce e pimenta amarga. Que todos adoram.

É tempo de esquecer a crise,
e deixar ferver o calor e o sangue quente.
E esta temperatura transforma o povo assim,
saudavelmente demente.

E eu que até gosto de toda esta azáfama,
mas nao de todo este burburinho. Sinto,
que o verão chegou a minha terra pra ficar,
e transformar cada bocadinho deste cantinho.

E vive-se devagar. Às vezes até devagarinho...


E assim é a minha gente. É assim, minha gente.














De manhã cedo fazemos as contas para as horas livres.
Queremos praia, festa, amor, amizade e ar quente.
Limpamos o espírito das chuvas do inverno,
enxuga-mos a alma do frio que passou. Que até Abril ainda se sente.


E apesar de tudo eu adoro esta minha gente,
que é como quem diz, filho de peixe sabe nadar.
E quando se aprende é como tudo, não se esquece.
Tal como peixe pequeno, sempre de rabo-a-dar-a-dar.


E este povo feito de marinheiros,
sabe receber e deixar ficar. Alegremente.
Alguns estão de passagem apenas mas vão voltar,
outros acabam por ficar. Para sempre.


E assim é a minha gente. È assim, minha gente.


Para viver no Algarve não é preciso muito.
Dois palmos de terra e os pescadores constroem uma cabana à beira da ria.
Depois com trabalho, sorrisos e uma cana de pesca,
se constrói uma vida. Constrói-se esta alegria.














Há marisco! Conquilhas, Ameijoas, Sapateiras ou Lingueirão,
há peixe fresco, mar salgado e quatro meses de verão.
Ha os «Cámónes» que cá passam e deixam o seu dinheiro,
Depois em Setembro muitos se vão, outros ficam cá o ano inteiro.

Há também quem deles precise,
para todos os dias fazer chegar a sua casa o pão.
Pessoas essas que sabem dar e receber,
Que sabem tornar em paraíso, qualquer quarto de Hotel ou Pensão.


E assim é a minha gente. È assim, minha gente.














Temos barcos, redes e muitas milhas de agua azul,
toneladas de areia branca e quilómetros de praia,
e tudo isto num cantinho do extremo Sul,
de uma ponta a outra. Sem que daqui se saia.

E se junto ao mar o tempo ficar feio,
se estiver «Cachão» ou o mar agreste,
Vamos mais para dentro dar um passeio.
E vemos Montes e Vales de cor verde. De jipe, de burro ou a pedestre.














E assim é a minha gente. È assim, minha gente.













"I read somewhere... how important it is in life not necessarily to be strong, but to feel strong... to measure yourself at least once... to find yourself at least once in the most ancient of the human conditions...thats the way it is here."

[Alexander Supertramp - Into the Wild]

sexta-feira, julho 08, 2011

Para ser grande, sê inteiro.





















Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.


Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
14/02/1933

quinta-feira, junho 16, 2011

Parabens ao Albatroz.
















Hoje é o teu dia.

Faz hoje três anos que escrevi as primeiras letras.
;)

quarta-feira, junho 15, 2011

Cartas de Navegação.















Quero apenas que tudo dê certo. Na minha e na tua margem.
Que não olhes para trás com rancor, com medo de perder.
E mesmo nos dias mais cinzentos,
que nunca percas essa tua coragem.

Digo-te agora.

Digo-te agora, porque agora sinto que te posso dizer...
E as palavras nem sempre surgem, quando nos falta inspiração.
As palavras são a voz simples do coração…
E sem ela…nada temos para dizer.

Digo-te agora.
Porque sinto que ainda estou perto demais da tua margem. Do teu cais.
E sinto. Que tão perto, interfiro… Torno-me inconveniente.
E como bom navegante não devo interferir, jamais.

Não sou pirata que perturba os teus ventos, a tua corrente.
Os mares que estás a percorrer.
Nunca fui um deles, nem irei ser.
E cada um tem direito a seguir o rumo que quer,
Mesmo que seja um rumo diferente.



















Como bom navegante vou me afastar,
Para não criar agitações, rebuliço.
Desejo-te apenas tudo aquilo que de bom este mar pode ser e dar.
Porque é esse o dever do bom navegante… bom embarcadiço.

O teu navegar silencioso diz-me,
Que navegar perto da tua margem é por agora inoportuno.
E eu compreendo-te. E assimilo. Não precisas dizer nada.
Como bom navegante, ergo as minhas velas e sigo o meu rumo.

Adeus ou até já…digo-te por agora.
Não percas nunca o teu rumo.
E lembra-te, bela e nobre navegante. Sempre que passares pelo meu cais,
Levarás contigo uma bonita rosa vermelha,
Um pequeno sinal, fruto do teu regaço, da tua harmonia, do teu aprumo.

Estas são as Cartas de Navegação,
que os navegadores trocam entre si no mar.
São palavras escritas com tinta e coração,
para que ambos possam ler e continuar a navegar,
sem nunca naufragar.















È hora de nos começarmos a despedir deste cais meu Albatroz. Estamos há demasiado tempo a navegar neste cantinho. E sinto que estou a ser inconveniente. Estamos a mais. O Código de Honra dos Navegantes é para cumprir. E cada um é livre de navegar…Este oceano é grande o suficiente para todos nós e há sempre lugar para os bons navegantes. Esses, merecem todo o nosso respeito e temos o dever de guardar sempre um lugar no nosso cais para que possam abrigar-se quando a tempestade os assombra.

Prepara as tuas plumas e voa até ao cimo do Farol. Vê como está o horizonte por mim. Escolhe tu a rota desta vez.

Um bom navegante, cumpre o Código de Honra.

quarta-feira, maio 18, 2011

Aíí galera! Valeu!















Caro amigo Albatroz, reparei hoje que alcançaste mais de mil visitantes brasileiros!?

Em tão pouco tempo...confesso que não estava a espera. Admiro a quantidade de pessoas que por este cantinho passaram...Esperava mais portugueses do que brasileiros, mas a verdade é que ambos falam Portugues! e isso é o mais importante.

Alguns provavelmente vieram cá ter acidentalmente, outros talvez tenham encontrado algo que procuravam...Fico até a pensar que, algures no Brasil, és famoso e eu não sei...lol

Parabens pelo feito alcançado, caro amigo Albatroz. E obrigado a todos os que por cá passaram e que continuaram a passar.

segunda-feira, maio 16, 2011

remar, remar. forçar a corrente!




Mares convulsos, ressacas estranhas
Cruzam-te a alma de verde escuro
As ondas que te empurram
As vagas que te esmagam
Contra tudo lutas
Contra tudo falhas

Todas as tuas explosões
Todas as tuas explosões
Redundam em silêncio
Redundam em silêncio
Nada me diz

Berras às bestas
Que te sufocam
Em abraços viscosos
Cheios de pavor
Esse frio surdo
O frio que te envolve
Nasce na fonte
Na fonte da dor

Remar remar
Forçar a corrente
Ao mar, ao mar
Que mata a gente
Remar Remar

quarta-feira, maio 11, 2011

Sempre, para sempre.



















Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele

Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão

Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado

Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente

Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado

Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso

Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente me faz contente

Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Há amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
É amor,
Sem amor

O amor é tudo,
Tudo isto
E nada disto
Para tanta gente

É acabar de maneira igual
E recomeçar
Um amor diferente
Sempre , para sempre
Para sempre


Donna Maria - Sempre, para sempre.

segunda-feira, maio 09, 2011

domingo, maio 08, 2011

quinta-feira, maio 05, 2011

Às vezes.....

















Às vezes é necessário aprender a perder, a ouvir um não. È necessário saber ouvir sem responder e falar sem nada dizer. Ou até ficar calado com o coração.

Às vezes temos que aprender a esconder o que mais queremos mostrar, e devemos tambem ensinar a oferecer, sem receber nada em troca.

Às vezes, mais vale perder tudo, desistir do que insistir, esquecer do que querer... Contudo, nem sempre o devemos fazer. Tal como ficar calados e quietos quando achamos que estamos certos, nem sempre devemos esquecer que somos seres humanos e que temos sentimentos, deveres e direitos!

E desistir nem sempre é o correcto. Apesar de muitas vezes sermos cobardes e incorrectos…Apesar de sermos mais fortes que todos e lutarmos até ao fim, podendo dizer finalmente "ao menos eu tentei !"

Um dia, seremos todos felizes...

quarta-feira, abril 27, 2011

Básica. Simples.
















É assim a vida…Básica e Simples.

Complicamo-la tantas vezes que acabamos num ponto em que não sabemos o que começar nem o que acabar…os problemas por vezes quando chegam não são fáceis de resolver e depois nunca vêm com manual de instruções…mas vêm todos ao mesmo tempo! Ah isso é de certeza.lol.

Depois de mais uma viagem de ida e volta no maravilhoso percurso Lisboa - Algarve, dou por mim em manga curta e cachecol, parado à beira de uma estrada rodeada de verde, com o carro a trabalhar e Jack Johnson a ouvir-se no rádio. Numa das mãos tenho o que restava de um Compal de pêssego que se espalhou pelo chão do carro enquanto na outra, um pacote de mini-palmieres do Lidl que me sabiam a algo divinal. Saio do carro para ir mudar as aguas às azeitonas e sinto uma brisa suave no rosto e uns pingos de chuva…faz também sol mas por cima de mim paira uma daquelas nuvens mesmo negras…como se de propósito ela lá estivesse.

Nenhum carro passa à minha volta, apenas um risco de alcatrão e uma imensidão de verde de um lado e do outro…aquele verde-claro e natural das pequenas ervas que começam a rebentar em todos os campos. È Primavera finalmente.

Levamos tanto tempo enfiados no trabalho e a resolver problemas e mais problemas que nos esquecemos de lidar um pouco com a mãe natureza. E quando voltamos a lidar com ela, caímos na real e apercebemo-nos de que é ela quem manda. È ela, quem nos diz o que fazer e nos faz sentir o que de melhor esta vida tem para nos dar.

A mim ensinaram-me a respeitar a mãe natureza. E eu sei que fui um bom aluno nessa disciplina... Agora que estou aqui parado á beira desta estrada, olho em meu redor e penso o quanto é bom poder ter isto tudo apenas a uns quilómetros de distância e o quanto bom foi aprender a gostar dela. Sim, porque é preciso aprender a gostar da natureza. Não se nasce assim sem mais nem menos a gostar…

Talvez um dia ensine a alguém o que me ensinaram a mim. E terei todo o prazer em dizer e mostrar a essa pessoa que vivo num país lindo com colinas verdes sem fim e rodeado de água salgada e muita natureza, cujas histórias e mitos transcendem a realidade e onde se podem também provar coisas únicas e verdadeiramente saborosas...

Hoje, apesar de pairar esta nuvem cinzenta por cima de mim, à beira desta estrada onde não passa ninguém, onde chove. Sinto-me feliz por finalmente voltar a estar com a mãe natureza. E para isso não preciso sequer de abrir a boca. Às vezes é preciso. E já sentia falta dela...

quarta-feira, abril 06, 2011

Regras da Sensatez.




















Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz

Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão

Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez

Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade

Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez


Rui Veloso - Regras da Sensatez

terça-feira, março 22, 2011





"Night will follow day
Sure as the sun and moon
Remember I will always be with you
If i'm out of words to say
And I understand you
When you see a darkness coming through
Remember to keep one take shelter from the storm
The night will not last for much more
I wrote in a small note
put on your winter coat
A cold wind will blow through your door
"

Trainspotting




















Hoje vi este filme. Fiz uma pequena viagem ao passado...Não que eu tenha tido problemas com a droga, o que felizmente não aconteceu. Por um lado fiz uma viagem à boa musica dos anos 90 e a algumas boas lembranças de adolescente, por outro fiz uma viagem pelo mundo da droga e toda a sua podridão...

Parece mal eu dizer isto assim desta maneira, eu sei...mas tenho uma opinião muito pessoal e crítica quanto ao assunto da Droga. Sim, também já fumei “ganzas” e dei “bongadas” e apanhei grandes “mocas” quando era adolescente e até senti alguma loucura e prazer em experimentar todas essas coisas. Tudo bem, foram tempos que passaram e felizmente não fui muito longe, talvez porque tive alguém que olhou por mim e me deu bons conselhos ou quem sabe fui apenas eu que os segui e pensei no que estava fazendo ou talvez até foi apenas uma fase que tinha que existir e passou… Enfim, houve outros que já não conseguiram parar. Que hoje já nem casa nem família têm e outros que até já morreram. Sim, eu também perdi amigos e conhecidos… A droga levou-os.

O «Trainspotting» é um excelente filme apesar de ser de 1996. Ele retrata bem as causas da droga na vida do ser humano e até tem um final bom e didáctico. È bom para aquele tipo de pessoas que pensam que tudo neste planeta deveria ser legalizado e que “a-droga-só-faz-mal-a quem-se-mete-nela” e que se muita coisa fosse banalizada, as pessoas ainda assim conseguiriam ser sempre responsáveis e só pisavam os maus caminhos se assim quisessem, se escolhessem… como se todos nós fossemos responsáveis e conseguisse-mos suportar tudo sem bater no fundo do poço. È um filme muito bom para esse tipo de pessoas…

Para uns é fácil falar e dizer que as drogas pesadas é que fazem mal e que as leves não matam. Tudo bem, concordo até um certo ponto. Mas a verdade é que o mundo da droga começa sempre de uma maneira muito lenta e divertida, envolvida em prazer e boas circunstâncias até ao ponto em que num abrir e fechar de olhos passa a ser um mundo de dor, suor, sangue coagulado, agulhas infectadas, moscas, lixo, putrefacção, gangrena e muitas vezes morte.

È algo que mudou o mundo certamente, mas por outro lado também o destruiu e continua a destruir… Todos os dias existem casos de pessoas que acabam perdendo a vida ou desgraçando a dos seus familiares e amigos graças á droga. Ficam paradas no tempo, agarradas, e acabam por perder tudo.

Sei que tenho aqui um assunto que dá para ficar horas e horas a escrever e debater mas apenas expresso um pouco da minha opinião e da próxima vez que fumarem um charro e curtirem a moca, depois na rua não olhem com desdém e repulsa para o carôcho* que passou no outro lado da rua…pois ele provavelmente já esteve na vossa posição e se pudesse, certamente que trocaria convosco… pensem nisso. ;)



*Toxicodependente

quinta-feira, março 17, 2011

Butterfly



If the road I travel goes bad
If the life I live becomes the life I had
I close my eyes and I dream
Of my butterfly coming down to rescue me

She's my butterfly
Ya she's my butterfly

If the wind that guides you pulls you away
If the woods that love you ever ask you to stay
I still close my eyes and I dream
Of my butterfly coming back to rescue me

She's my butterfly
Ya she's my butterfly
Don't you know that she's my butterfly
I said she's my butterfly

She's my butterfly
Ya she's my butterfly
She's my butterfly
Butterfly

you know u are....;)

domingo, março 13, 2011

Anjo da Guarda
















Por vezes na nossa vida passamos por situações complicadas no qual ficamos a pensar que realmente podiam ter corrido muito pior. E depois pensamos tambem que foi tudo como se algo nos tivesse protegido naquele momento...tipo um Anjo da Guarda ou assim. È esquisito eu sei, mas é o que muitos de nós pensamos.

Ontem no trabalho passei por uma situação dessas. Não acabou muito bem porque na verdade fiquei durante uns dias em casa com um pé ligado e com o tornozelo torcido...

Enfim, depois de ter pensado no que se passou acabei por ver que tive muita sorte em não ter partido o pé...e disse cá para mim: "secalhar tive um anjinho da guarda que me ajudou!" e fiquei a rir-me de tudo...




Eu não acredito muito nessas coisas mas tenho muito respeito. Certo é, que ninguem sabe na verdade se existem ou não Anjos da Guarda...mas se assim for, se existirem, eu acho que o meu esteve lá presente e estou-lhe grato por isso. =)





Eu tenho um anjo
Anjo da guarda
Que me protege
De noite e de dia
Eu não o vejo
Eu não o oiço
Mas sinto sempre
A sua companhia
.
Eu tenho um guarda
Que é um anjo
Que me protege
De noite e de dia
A toda a hora
E em todo lado
Posso contar
Com a sua vigia
Não usa arma
Não usa a força
Usa uma luz
Com que ilumina
A minha vida
.
Ele não
Não usa arma
Ele não
Não usa a força
Usa uma luz
Com que ilumina
A minha vida

E para quem não conhece,aqui têm a musica original.

terça-feira, março 08, 2011

Albatroz, meu caro.



















Gostava de te poder dizer que estou bem mas na verdade não estou ainda como quería…
Tenho um grande defeito que é acreditar em histórias de fadas, em gnomos coloridos e fadas madrinhas…acredito que o sonho faz parte disto a que chamamos vida, pois para mim já me chega as crueldades que vejo no meu dia-a-dia. E sonhar não é perder a realidade mas sim viver numa realidade diferente. Eu vivo a realidade e na verdade tento torná-la no que muitos sonham. E faço a minha parte. Não quero olhar para trás um dia e arrepender-me de não ter feito nada e sentido cada minuto do que vivi. Um dia olharei para trás e sei que ficarei feliz por ter olhado de maneira diferente para tudo o que sonhei e vi á minha volta. Todos nós queremos isso…

Mas tudo na vida tem o seu próprio rumo não é? A vida tem que seguir. E 2010 foi um ano com demasiados enigmas.

Enigmas para o meu trabalho, para a minha familia, comigo, com o meu coração e com algumas pessoas que me rodeavam... Enfim, uma série de agitações que me baralharam mas que acabei por resolver. Foi dificil mas com isso aprendi tambem, e cresci. No fundo é isso que todos nós queremos, crescer sem sairmos do nosso caminho.

Não me queixo de nada nem deixo rancores quanto ao ano que passou, apenas olho para trás e sinto que não quero outro ano assim…e certamente não o terei dê por onde der. Guardo os melhores momentos sempre comigo, pois esses são demasiado preciosos e unicos para os perder.

Seja como for, começei 2011 tomando uma atitude diferente em relação a muitos aspectos na minha vida… por agora apenas procuro endireitar-me e subir mais um bocadinho. Quero trabalhar mais para poder alcançar aquilo que desejo. E tudo farei para que nunca mais a solidão me deixe sem nada para fazer ou sem reacção. Sem vida.

Tenho trabalho, amigos e familia espalhados por este mundo fora mas principalmente entre duas cidades a 300 km de distãncia entre si, e isso reconforta-me um pouco o coração…pelo menos deixa-me mais feliz quanto ao presente. Apenas peço saúde e poucas coisas mais. O resto virá por acréscimo…


Nos ultimos meses ausentei-me do teu porto de abrigo, companheiro Albatroz…fiz uma experiencia com 2011. Testei o inicio e penso que está a ter um bom rumo. Assim espero.

No entanto sabe bem voltar ao teu caís.

Ao longe, antes de atracar, senti alguns ventos a contradizerem a minha rota. Mas não passaram de simples brisas e penso que finalmente Poseidon me deu tréguas…como um sinal de respeito para com um simples marinheiro.







Agora que cheguei e amarro as cordas gastas e sujas das tempestades, irei arrumar o convés e dar uma volta pelo cais, sentando-me no final dele com os pés dentro de agua e com uma cerveja fresca nas mãos enquanto te vejo a sobrevoar este porto com o teu voo nobre e masjestoso.




Ao longe, o Velho Lobo do Mar já me acena com a mão como quem diz que tem muita coisa para contar e ensinar. E terá certamente...

É bom ter-te por perto.