terça-feira, julho 19, 2011

E assim é a minha gente. È assim, minha gente.













E o verão chegou. E que loucos que eles andam.

Por entre cervejas e esplanadas, o povo muda.
Festeja-se o bom tempo e toda esta transformação. Bebem, sorriem e choram.
E tudo se converte, tudo se mexe. Tudo se mistura.
Como uma gorda fatia de chocolate doce e pimenta amarga. Que todos adoram.

É tempo de esquecer a crise,
e deixar ferver o calor e o sangue quente.
E esta temperatura transforma o povo assim,
saudavelmente demente.

E eu que até gosto de toda esta azáfama,
mas nao de todo este burburinho. Sinto,
que o verão chegou a minha terra pra ficar,
e transformar cada bocadinho deste cantinho.

E vive-se devagar. Às vezes até devagarinho...


E assim é a minha gente. É assim, minha gente.














De manhã cedo fazemos as contas para as horas livres.
Queremos praia, festa, amor, amizade e ar quente.
Limpamos o espírito das chuvas do inverno,
enxuga-mos a alma do frio que passou. Que até Abril ainda se sente.


E apesar de tudo eu adoro esta minha gente,
que é como quem diz, filho de peixe sabe nadar.
E quando se aprende é como tudo, não se esquece.
Tal como peixe pequeno, sempre de rabo-a-dar-a-dar.


E este povo feito de marinheiros,
sabe receber e deixar ficar. Alegremente.
Alguns estão de passagem apenas mas vão voltar,
outros acabam por ficar. Para sempre.


E assim é a minha gente. È assim, minha gente.


Para viver no Algarve não é preciso muito.
Dois palmos de terra e os pescadores constroem uma cabana à beira da ria.
Depois com trabalho, sorrisos e uma cana de pesca,
se constrói uma vida. Constrói-se esta alegria.














Há marisco! Conquilhas, Ameijoas, Sapateiras ou Lingueirão,
há peixe fresco, mar salgado e quatro meses de verão.
Ha os «Cámónes» que cá passam e deixam o seu dinheiro,
Depois em Setembro muitos se vão, outros ficam cá o ano inteiro.

Há também quem deles precise,
para todos os dias fazer chegar a sua casa o pão.
Pessoas essas que sabem dar e receber,
Que sabem tornar em paraíso, qualquer quarto de Hotel ou Pensão.


E assim é a minha gente. È assim, minha gente.














Temos barcos, redes e muitas milhas de agua azul,
toneladas de areia branca e quilómetros de praia,
e tudo isto num cantinho do extremo Sul,
de uma ponta a outra. Sem que daqui se saia.

E se junto ao mar o tempo ficar feio,
se estiver «Cachão» ou o mar agreste,
Vamos mais para dentro dar um passeio.
E vemos Montes e Vales de cor verde. De jipe, de burro ou a pedestre.














E assim é a minha gente. È assim, minha gente.

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